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Equação do bem

Fonte: CRCRJ / Data: 28/07/2016

Jucéia Barbosa Nehme é uma mulher notável. Diretora da Jucéia Barbosa Contabilidade – empresa que comanda desde os 18 anos -, há mais de 30 ela desenvolve um trabalho social no abrigo A Minha Casa, que preside. O local atende crianças em situação de vulnerabilidade e oferece educação formal e não formal e atendimento médico, odontológico e psicopedagógico. Técnica em contabilidade, professora e vice-presidente da Associação de Contadores da Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro (ASCONTAZO), ela conta, em entrevista, parte de sua história de vida e carreira.

 

1) Fale um pouco de sua história na contabilidade. Como você se interessou pela área e como iniciou sua carreira?

Meu pai era fiscal de ICMS e eu o ajudava, fui tomando gosto pela contabilidade. Quando completei 15 anos ele abriu um escritório em Campo Grande, para complementar a renda familiar: Comecei a trabalhar com ele na época e aos 18, já comandava o escritório. Foi em 1º de fevereiro de 1968. Começamos em uma garagem e levamos um mês para ter o primeiro cliente. Hoje assessoramos cerca de 700 empresas e mais de mil pessoas físicas. Temos 50 funcionários e o escritório está na terceira geração. Meu pai, eu e meus filhos, Samir (vice-presidente Operacional do CRCRJ) e Samira.

 

2) A que você atribui esse crescimento?

Meu pai sempre dizia: honestidade e competência. Ele prezava muito isso e me passou esse valor. Foi com honestidade que conseguimos a confiança e o reconhecimento dos clientes. Quando trabalhamos corretamente, as pessoas nos indicam e o negócio cresce.

 

3) Você preside há mais de 15 anos o abrigo A Minha Casa. Como é esse trabalho e como foi seu desenvolvimento?

 

Desde pequena era envolvida com trabalho social junto com meus pais, que sempre ajudavam a igreja. Já adulta e profissional da contabilidade, fui convidada para ser tesoureira desse abrigo. Na época recusei, porque já estava à frente do escritório, que tinha crescido bastante, e meus filhos eram pequenos. Mas, um mês depois, me disseram que eu era a única pessoa que poderia assumir esse papel, caso contrário o abrigo fecharia. Comecei como tesoureira, depois fui Vice-presidente e atualmente sou presidente. Lá administramos um sítio de 29 mil m², com 40 crianças e cerca de 40 funcionários. Contamos com um pessoal técnico especializado – Pedagoga, Assistente social, Psicólogas e Nutricionistas – para dar assistência a crianças em situações de vulnerabilidade.

 

4) Você acredita que sua profissão influencia nesse trabalho social? De que maneira?

 

Sem dúvidas. Em primeiro lugar, a profissão me ajuda muito a administrar o abrigo. Ter a prática de registrar a ata, checar a documentação, etc. Eu sou mais fiscalizada no abrigo do que na minha própria empresa. Outro ponto importante é que muitos dos meus clientes do escritório, e também dos funcionários, auxiliam no abrigo. E, muitas vezes, o dinheiro da contabilidade ajuda a cobrir as despesas do abrigo. São R$ 80 mil de gastos por mês. Sem a contabilidade, talvez eu não conseguisse levar o projeto adiante.

 

5) Quais são os maiores desafios desse trabalho?

 

O maior desafio é financeiro. Sustentar um abrigo com doações é muito complicado, ainda que contamos com a ajuda do município, que dá uma verba mensal. Fazemos festas e brechós para conseguir cobrir os custos e muitas pessoas nos ajudam. Também é uma responsabilidade muito grande com as crianças, mas é muito gratificante. Eu quero um mundo melhor para que meus netos não passem o que estamos passando hoje. Faço a minha parte.